segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carlos Drummond de Andrade






As Sem-Razões do Amor



Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.



Um comentário:

  1. Rany, imagine se Drummond visse suas poesias aos 4 ventos como hoje? Lindo e fascinante esse mundo em que vivemos. Ele soube escrever exatamente da forma como não sabemos falar, não é?!
    Rany, eu e a amiga Schandra gostaríamos de convidá-la a participar do sorteio que estamos promovendo em nossos blogs. São duas bandejas lindas, criadas por nós.
    Abraços e te esperamos por lá.

    HTTP://madeiraemforma.blogspot.com e HTTP://schandramosaico.blogspot.com

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